quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Do caderno de viagem

Em uma rodovia, com nuvens espaçadas no horizonte, campos alheios e estrangeiros, vultos humanos que passam velozmente, é inevitável o sentimento de partida e, a la Drummond, ser partido. Saber que mesmo as pessoas amadas estão rodeadas pela crosta de inacessibilidade e aparências ambivalentes que atravessam o mundo humano. Saber-se só e exilado, corpo afastado, pobre e confuso. Seguro da morte e das pequenas e grandes distrações que nos fazem esquecê-la. O espetáculo poeticamente escandaloso do viver.

Um comentário:

Anônimo disse...

Andando como o fogo serpenteia a mata em chamas, sob os auspícios dos ventos, entre o que vem e o que vai, em meio à saudade do presente... prazer e dor, gêmeos siameses de cujo enlace nasce nossa vida!
Auguri, Jon!
V.